Segurança digital em bares e restaurantes a confiança que começa nos dados
Quando se fala em segurança em bares e restaurantes, logo surgem imagens de cozinhas limpas, alimentos bem conservados e cardápios preparados para atender restrições alimentares. No entanto, além disso, outro aspecto tem ganhado destaque: a proteção de dados pessoais. Em reservas digitais, programas de fidelidade, pedidos por aplicativos ou até no acesso ao Wi-Fi, os clientes deixam rastros de informações que, se mal administradas, podem rapidamente se tornar um problema sério.
Para o consultor Christiano Guimarães, especialista em segurança da informação, a questão não é apenas seguir a legislação. Por isso, segundo ele, o ponto central é a criação de uma verdadeira cultura de proteção de dados, onde o compromisso com a privacidade seja parte da rotina de bares e restaurantes. “Os principais dados sensíveis nesses locais incluem imagens de câmeras, informações de saúde como alergias, dados financeiros e até hábitos de consumo. O risco maior não é coletar, mas sim não controlar adequadamente como esses dados são armazenados e usados”, explica.
Muitos riscos não estão em ataques sofisticados, mas em descuidos diários que poderiam ser evitados. Além disso, Christiano alerta para práticas aparentemente simples, mas que expõem os clientes. Coletar informações sem informar finalidade e descarte, compartilhar cadastros de clientes em aplicativos de mensagens, ou ainda usar fotos sem autorização em redes sociais são falhas recorrentes. Pequenos deslizes podem gerar processos, custos inesperados e, sobretudo, insegurança para o consumidor.
Quando ocorre um vazamento, as consequências ultrapassam as multas e vão diretamente para a imagem da marca. Além disso, a reputação é o ativo mais afetado, pois o cliente que descobre que seus dados foram expostos dificilmente mantém a mesma confiança. Reconquistar essa segurança é um processo caro e demorado. Como destaca Christiano, “um dano de imagem pode afastar clientes, parceiros e fornecedores, custando muito mais que os investimentos em prevenção o que reforça a posição da Abrasel”.
Construir uma cultura de cuidado não exige grandes investimentos em tecnologia, mas sim disciplina e organização. Além disso, ações simples já reduzem riscos: proteger planilhas com senha, evitar compartilhamento de dados em aplicativos de mensagens, pedir consentimento para uso de imagens e treinar equipes para respeitar a privacidade. O garçom que não anota informações em papéis soltos, o gerente que orienta sobre descarte correto e o marketing que solicita autorização antes de publicar fotos são exemplos práticos que criam confiança no dia a dia.
Embora muitos empresários acreditem que apenas softwares avançados resolvem, o verdadeiro ponto frágil está no comportamento das equipes. Além disso, de nada adianta investir em sistemas se o uso cotidiano ignora boas práticas. “A maior falha não está na tecnologia, mas na cultura”, reforça o consultor. A disciplina e a orientação constante fazem toda a diferença, assim como na segurança alimentar.
Em um mercado cada vez mais competitivo, a proteção de dados deixou de ser apenas uma obrigação e passou a ser um diferencial. Além disso, o consumidor valoriza estabelecimentos que demonstram respeito por suas informações. Assim como ninguém frequenta um restaurante onde desconfia da higiene da cozinha, também não retorna a um local que não cuida de sua privacidade.
No fim, proteger dados é uma questão de respeito: ao tempo, ao dinheiro e às escolhas do cliente. Além disso, uma cultura sólida de proteção transforma a relação entre estabelecimentos e público, fortalecendo a lealdade, a credibilidade e o reconhecimento no mercado.
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