A importância do Natal em família
O melhor presente que as crianças esperam dos pais? Os pais estarem com elas. Passeando a esmo pelas ruas ou praças arborizadas e repletas de gente, parando em um parquinho, simplesmente desenhando e colorindo papéis no chão da sala de casa, chutando a bola em um cimentado qualquer. Eis aí belíssimos presentes de Natal.
São estes os presentes que devemos dar às crianças o mais que pudermos: ou diariamente, ou de três em três dias, ou pelo menos um dia inteiro do fim de semana. O que penso é confirmado no artigo de Juan Arias, editor do jornal El País, postado na edição digital brasileira (www.brasil.elpais.com), a alguns anos me veio a cabeça e, é sobre isso que iremos falar.
O espanhol Juan Arias, radicado no Brasil desde 1999, fala do menino Ygor, de nove anos, cujo pai continuava desempregado e não tinha mais como comprar o presente de Natal. O menino, ao receber a informação da mãe, disse a ela: – não quero presente de Natal; quero mais tempo para brincarmos juntos.
O jornalista do El País relata, ainda, que conhecia e convivia com a família do Ygor. Os pais do garoto o deixavam na casa da avó, para que pudessem trabalhar. Um dia, ao visitar a casa dessa senhora idosa, Arias encontrou o menino ao lado de sua montanha de brinquedos, que ali haviam sido colocados para distraí-lo. Mas a criança, que então tinha quatro anos, brincava com água e terra. “Quando me viu, pediu que brincasse com ele de “amassar pão”.
Tive de buscar outra colher e continuar sua brincadeira. Diante do monte de brinquedos, ele preferiu inventar um, simples e barato”. É razoavelmente comum a gente saber de pais que terceirizam os filhos. Colocam as crianças no curso de inglês, na academia de ginástica, nas aulas de tênis, e até no centro de equitação.
Quando os infantes estão em casa, são deixados por conta das várias opções do mundo digital, distraindo-se sozinhas diante das telas. São terceirizadas às babás, quando bebês, e, quando maiorzinhos, aos ‘gadgets’ – os tais equipamentos tecnológicos.
Alguns pais tentam pagar e apagar um ano inteiro de ausência, levando a família a uns dias de verão em Jericoacoara. Assim, mais do que nunca os filhos tornam-se órfãos de pais vivos. São pais que se entregaram à interminável maratona do sucesso, atrás de dinheiro, influência e posição.
Mas não há riqueza e patrimônio suficientes para cobrir o prejuízo psíquico e emocional causado pelos próprios pais, que exibem a mais vistosa das felicidades, ao lado dos filhos, em fotos nos seus perfis da rede social.
As consequências desse abandono são fartamente narradas nos escritos e nas palestras de psicólogos, pedagogos, psicanalistas e psiquiatras. Eis um dos livros que vão direto ao tema: ‘A sociedade dos filhos órfãos’, de Sergio Sinay (Editora Best Seller).
Que a estrela-guia do Natal de agora nos guie para esta iluminada verdade: os que as crianças mais desejam são a mãe e o pai presentes.
Em meio ao excesso de estímulos digitais, aprender a desacelerar tornou-se essencial para preservar o…
Remar em águas cristalinas com paisagens deslumbrantes transforma o passeio em uma jornada de conexão,…
Em um mundo que valoriza a velocidade, o movimento slow propõe uma vida mais consciente,…
Como fazer escolhas saudáveis sem culpa Uma das principais armadilhas das dietas restritivas é a…
O treinamento de força é um dos métodos mais eficazes para quem busca perder peso,…
A tendência que transforma o guarda-roupa fitness em look para o dia inteiro está ganhando…