MC Rebecca
O movimento do Funk brasileiro mostrou nas últimas décadas evolução profissional e projetos audaciosos. Inclusive, os números mostram redenção cada vez maior do público que respondeu, além de uma legião de seguidores.
Portanto, mesmo que o ritmo esteja longe de ser um dos seus prediletos, reconhecer a proposta é uma necessidade.
Entretanto prova disso, foi a sequência de lançamento encabeçado por MC Rebecca. Nunca ouviu falar na moça? Vou te contar um pouco mais sobre ela.
Da favela para o mundo
Ela que é negra, funkeira e mãe solo já declarou em entrevista o orgulho por representar essas bandeiras. Nascida e criada numa favela de Engenho Novo, no Rio de Janeiro, ela despontou no funk, mas o samba é uma paixão que ela guarda no peito.
Até porque, Rebecca já coordenou a bateria do Salgueiro e assumiu o posto de rainha, entre 2016 a 2019. Toda a construção pessoal da artista é transportada para o trabalho, que narra a realidade e a resistência feminina.
Prova disso, é a sequência de videoclipes, que conta com o EP “Outro lado”. Ao todo são quatro canções que contam a história de uma mulher, que decidiu se vingar.
O outro lado de Rebecca
Os videoclipes juntos formam um curta-metragem com uma narrativa inspirada em clássicos, como “Kill Bill” (2003) e séries como “Sky Rojo” (2021).
Em entrevista, ela falou como as referências fazem parte de toda a construção artística do projeto. Aliás, ela é diretora do videoclipe, além de atriz e cantora: “Queria fazer algo diferente e inovador. Gravamos os quatro clipes em dois dias, virando a noite”, revela.
A história traz o empoderamento feminino como foco, assim como já ocorre nas canções da MC. Na história, mulheres strippers que sofrem abusos rotineiros decidem fazer justiça com as próprias mãos.
“Essa é a primeira vez que trabalho nesse lado. O título do EP já diz tudo. É meu outro lado. Eu canto, atuo e quero mostrar a todos que posso fazer o que eu quiser. Tenho outros talentos”, explica.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.