Você pode estar pensando: “Como assim, o artigo é sobre os ‘Cafajestes’ logo na edição temática sobre mulheres?” Bom, acredito que tem tudo a ver, pois quem não teve um cafajeste na vida, na família ou entre amigos? Esses homens, geralmente, acertam nas vestimentas, valorizando seu físico ou escondendo perfeitamente a falta dele. São engraçados, sabendo muito bem que as mulheres adoram boas risadas no primeiro encontro. Falam baixo, sem gesticular, no estilo mafioso. Nas baladas, nunca dançam espalhafatosamente; chegam rápido e saem mais rápido ainda. Geralmente, uma ou duas mulheres desaparecem na sequência. James Bond é um exemplo clássico de cafajeste. Quem assiste seus filmes sabe que ele é um tremendo cafa.
Mas, na realidade, este texto é para contar um pouco sobre o grupo de cariocas que, de maneira glamourosa e divertida, fizeram parte do “Clube dos Cafajestes” na década de 1940. Eram todos bem-sucedidos, provenientes de famílias tradicionais e inseridas na alta sociedade. O Clube era uma verdadeira instituição da boemia carioca.
Entre os membros estavam o comandante Eduardo Martins de Oliveira, o famoso playboy e milionário Mariozinho de Oliveira, o membro da família imperial brasileira Dom João de Orleans e Bragança, o industrial Francisco Matarazzo Pignatari, o produtor de cinema e dono do canal 100, Carlos Niemeyer, Alberto Sued, um dos fundadores, o jornalista e político Carlos Lacerda, o jogador do Botafogo Heleno de Freitas e o playboy do Copacabana Palace Jorginho Guinle, entre outros bons vivants.
Posteriormente, Ibrahim Sued se juntou ao grupo após ser barrado em uma das festas, com a ajuda de seu irmão, que fazia parte da trupe.
Surgia assim um dos maiores colunistas sociais da história do jornalismo brasileiro. Colunista do jornal “O Globo” por quatro décadas, criou frases e bordões que ficaram famosos: “de leve”, “sorry”, “periferia”, “ademã que vou em frente”, “os cães ladram e a caravana passa”, “olho vivo que cavalo não desce escada”, entre outros.
O “Clube dos Cafajestes” foi criado na Avenida Atlântica esquina com República do Peru, em Copacabana, em um bar chamado Alvear. No início, se encontravam ali depois dos bailes de domingo que rolavam nos clubes Botafogo e Fluminense.
A maioria dos membros tinha entre 20 e 35 anos. Eram irreverentes, mulherengos, agitadores culturais, alegres e imprevisíveis. Amavam loucamente as mulheres, mas nunca tinham compromissos sérios. Nas rodas de bar, debochavam do cinismo da high society, que desde aquela época se preocupava mais com a aparência do que com a integridade moral. Faziam as melhores festas da cidade, mas também eram verdadeiros penetras, entrando em todas as festas, mesmo que fosse pulando o muro. As mocinhas de família disputavam não só a festa, mas também com qual deles terminariam a noite.
O grupo foi pego de surpresa com a morte de Edu em um desastre de avião em julho de 1950. No carnaval do ano seguinte, a marchinha “Zum, zum, zum, tá faltando um”, gravada por Dalva de Oliveira, homenageou o companheiro. Com a perda de um de seus líderes, o “Clube dos Cafajestes” perdeu fôlego, mas continua na lembrança. Os que ainda estão vivos se encontram para relembrar as histórias vividas juntos.
E, para “não dizer que não falei das flores”, no Who is Who dos relacionamentos afetivos, podemos afirmar que nos dias de hoje existem vários grupos como o deles, na versão feminina. A história e os cafajestes agradecem. No mais, eu gosto é de mulher. E não sou tão cafajeste assim.
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