Quem não cola – não sai da escola
Quando somos estudantes primeiramente sempre encontramos maneiras de burlar o olhar arisco dos professores e montarmos planos mirabolantes, verdadeiros esquemas da máfia da cola organizada.
Certamente vale tudo, borrachas rabiscadas, pernas escritas sob um vestido mais longo, bermudas, papeizinhos colados sob os cabelos do colega da frente, textos digitados em fonte 02, códigos e sussurros.
Arte de colar
E quando a vida acadêmica chega ao fim saímos quase especialistas em métodos e técnicas na arte de colar.
Numa sala de aula pode tudo, ou quase tudo. Engana-se o professor, mas primeiramente a si mesmo. Um saber decorado ou copiado não garante um emprego na selva de asfalto e digital que nos espera.
Mas ainda assim é divertido todo aquele burburinho, e ao final a sensação de que conseguimos, enganar o professor e de quebra uma nota alta no boletim. Mas e depois?
Uma rasteira no trabalho, um problema em família, um amigo que sofre, um amor que se vai. Procuro no bolso da calça, no canto da mochila, nos papéis embolados e não acho, a cola.
Onde está a cola que irá me salvar dos infortúnios que nos surpreendem todos os dias? Não há cola nem professor.
Não há notas ou reprovações. É só você com você mesmo. E haja jogo de cintura, rebolado, suor, lágrimas e paciência. Sobretudo, paciência.
Para as regras de bom comportamento: Socila. Notas baixas: provas de recuperação. Reprovação: um novo semestre. Para o não saber: professores e livros. Para a praticidade: internet
Mas e para a dor que te consome à 01:00 da manhã? Para a solidão de não ter com quem falar, mesmo cercado de gente? E para um parente doente? E para a morte de um amigo? Para a perda de um amor?
E para o desânimo, a descrença e a falta de fé? Quem não cola não sai da escola E quem cola sai, despreparado para as provas da vida. Tão natural e real quanto a luz do dia. Hasta !!
Quem não cola – não sai da escola
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