Redes Sociais: Aparência, Solidão e a Busca por Popularidade. Por Lucas machado
Os relacionamentos sempre estiveram no centro das atenções. Nas revistas, vemos famosos se casando e se separando. Nos jornais, manchetes relatam tragédias por ciúmes. Desde cedo, somos introduzidos ao mundo das relações – pais, família, amigos de escola – e, assim, aprendemos a nos socializar. Contudo, hoje, com as redes sociais, os relacionamentos ganharam um novo significado. Essas plataformas criaram uma vitrine pública, onde cada um expressa seu lado mais vaidoso. Portanto, a busca pela popularidade tornou-se sinônimo da busca por afeto. Dessa forma, quanto mais curtidas e seguidores alguém possui, mais amado se sente, ainda que, muitas vezes, a um custo elevado. De fato, os “cinco minutos de fama” de outrora agora parecem uma necessidade constante de validação.
Recentemente, comecei a assistir a uma série na Netflix, voltada para adolescentes. Logo no início, há uma cena em que duas garotas tiram uma selfie diante de um armário cheio de fotos de uma colega que tirou a própria vida. E o que fazem em seguida? Elas postam a foto nas redes sociais, acompanhada de uma hashtag, simbolizando a crueldade moderna. Hoje, as pessoas querem mostrar que são solidárias, inteligentes e bondosas, mas nem sempre essas atitudes refletem sua essência. Diz-se que “ser” é mais importante do que “ter”, mas será que isso ainda é verdade? De fato, esse comportamento atual representa um desejo incessante de parecer algo que, na realidade, muitos não são.
Até o início dos anos 80, a sociedade valorizava quem “era” alguém de importância. Ser significava deixar um legado, marcar sua passagem pelo mundo com feitos significativos. Com o fortalecimento do capitalismo nos anos 80, a prioridade mudou: “ter” passou a ser o novo padrão de sucesso. Assim, ter uma televisão no quarto ou um carro de luxo passou a definir quem estava bem-sucedido. No entanto, com a ascensão das redes sociais, vivemos hoje um novo fenômeno. Muitas pessoas não querem apenas “ter” ou “ser”; elas querem parecer que são ou têm algo grandioso. Essa busca pela aparência frequentemente ultrapassa limites éticos, e muitos chegam a fingir serem profissionais que, na realidade, não são.
Os artistas também percebem mudanças no comportamento do público em seus shows. Em vez de realmente vivenciarem o espetáculo, muitos espectadores preferem gravar, postar nas redes sociais e, quem sabe, assistir ao que perderam ao vivo. Fernanda Young, em uma entrevista, comentou sobre o excesso de registros fotográficos em viagens. Essas fotos, agora compartilhadas instantaneamente na internet, são feitas mais para provocar inveja do que para criar recordações. Em vez de estarem em álbuns de fotos que antes ocupavam um lugar de destaque na sala, agora essas imagens precisam ser compartilhadas imediatamente. Isso cria uma experiência em que o viajante preocupa-se mais com os comentários nas suas postagens do que em vivenciar o momento.
As redes sociais também desempenham um papel positivo, e não estou aqui para demonizá-las. Elas permitem que famílias distantes acompanhem a vida uns dos outros e possibilitam que novas relações verdadeiras se formem. No mundo dos negócios, as redes ajudam a movimentar e conectar empresas e clientes. De fato, temos um acesso a informações em uma velocidade nunca vista. Além disso, muitos movimentos solidários e manifestações políticas ganham força e se tornam virais. No entanto, é necessário refletir sobre o impacto das “modas” que surgem. Será que estamos usando essas ferramentas de forma saudável? Em excesso, o uso das redes pode criar uma falsa sensação de companhia, enquanto o que realmente aumenta é a solidão.
Precisamos valorizar os encontros presenciais e as interações reais entre pais e filhos, amigos e familiares. Não há problema em expressar opiniões nas redes, mas é essencial fazê-lo com respeito. Muitas pessoas, protegidas pela tela do computador, acabam esquecendo a importância da educação e respeito nas interações. Portanto, é preciso refletir sobre o limite do que é permitido e ponderar se estamos usando essas ferramentas com a importância que realmente têm, nem mais, nem menos.
Assim como os remédios, as redes sociais devem ser utilizadas na dose certa. Quando usadas de forma equilibrada, elas abrem portas e ajudam a curar males, como a distância e a falta de informações. Contudo, se usadas em excesso, podem se transformar em veneno, promovendo a alienação e o distanciamento da realidade. Portanto, é hora de refletirmos sobre como queremos que as redes sociais façam parte de nossas vidas e, mais importante, como queremos que impactem nossos relacionamentos.
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