O Bloco completa cinco anos em 2020 arrastando multidões e além disso, lança um cd inédito e autoral. O evento acontece no Palco Barreiro, no dia 25 de fevereiro, a partir das 16h.
O show de lançamento tem direção artística do renomado cantor e compositor Sérgio Pererê, que assina uma canção inédita do CD.
Além das canções do CD, o repertório contará com músicas hino que estiveram presentes nos últimos cortejos do Angola Janga. O projeto foi realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Ademais, o show de lançamento é uma parceria entre Secretaria de Cultura, Belotur e o Bloco e faz parte da programação oficial dos Palcos do Carnaval de BH.
O CD inédito tem dez canções autorais de integrantes do Bloco, e é acompanhado por um Livro, impresso pela Crivo Editorial. Dessa forma, a obra apresenta as letras das canções e temas referentes às africanidades e negritudes brasileiras, que foram motes de cortejos anteriores e simbologias utilizadas pelo Bloco Afro, e servirá como orientação pedagógica que auxiliará o educador na aplicação da Lei 10.639/03. Vale lembrar que, efetivamente essa lei é um meio que estabelece a obrigatoriedade do ensino de “história e cultura afro-brasileira” nas escolas. Ademais, toda a tiragem será destinada para Escolas Municipais e Bibliotecas Públicas de Belo Horizonte.
Com público estimado em cerca de 200 mil pessoas no cortejo de 2019, o Angola Janga prepara um show grandioso para os foliões deste ano.
Agbara do Angola, disco autoral ressalta cultura negra
O Bloco passou a contar com uma banda no final de 2016, sendo, dessa forma um grande apoiador da mesma. Atualmente, a banda está em sua 4ª formação e já atingiu cerca de 30 integrantes do Bloco, através da rotatividade de membros. Dessa forma o Angola contribui para o acesso da população negra a espaços negados a ela por um processo histórico de racismo institucional.
Gravar um CD de músicas autorais criadas pelo coletivo do Bloco e pela banda surgiu como uma construção natural, na tentativa de registrar sua memória musical e criativa.
O título do álbum, que surgiu a partir de música homônima, Agbara do Angola, vem do yorubá, e significa “Força, poder”. Essa tradução certamente representa a força que este Bloco Afro tem: a arte e a cultura afrobrasileira.
O álbum apresenta ritmos que vão desde o Hip-Hop ao Pagodão Baiano, mas revisitados pelo olhar do arranjador Flávio Cravo e do diretor musical Sérgio Pererê.
Assim sendo, faixas como “Angola Ilê”, de composição de Diogo Jefferson de Souza, homenageiam o Ilê Aiyê, primeiro bloco afro criado no Brasil, e “Jovem Negro”, dos convidados B1 e B2, apresentam o Rap numa roupagem nova, arranjada com instrumentos bantu-africanos e pads eletrônicos.
O CD ainda traz um lovesong para o Carnaval de BH: “Vai no Batuque”, de Ana Roberto, que promete embalar romances da folia. Assim como a poesia de Jazz Rodrigues, que abre os trabalhos embalada pelo Agueré de Osossi, tocado por Ogans do Ilê Asé Olodum
Educação e cultura no contexto da folia
O cd autoral é uma forma de evidenciar e propagar os aspectos civilizacionais da população negra no contexto local. O CD-Livro abordará questões concernentes à temática étnico-racial em seu conteúdo. Dessa forma, o disco pode ser considerado um instrumento de aplicação da Lei 10.639/03, que alcançará docentes, discentes e a comunidade escolar em geral e contribuir no âmbito das políticas de igualdade racial por meio da expressão artística, além de valorizar, através do trabalho artístico, a diversidade cultural.
Diversas ações que envolvem a execução do projeto já foram desenvolvidas até o momento, dentre elas: das 24 previstas, o projeto já ofereceu 13 oficinas gratuitas de musicalização, percussão e dança, beneficiando mais de 400 pessoas. Até o dia 20 de fevereiro, serão oferecidas mais 11 oficinas.
A Regional Barreiro foi escolhida para a realização do show de lançamento por ser a região que concentra a maior parcela da população negra da cidade (CENSO, 2010).
Cortejo Bloco Afro Angola Janga
Com o tema “Ginga: Agbara na luta do povo”, o Cortejo 2020 do Bloco Afro Angola Janga levará, mais uma vez, a majestade da cultura negra para as ruas de BH.
Além de exaltar as belezas e encantos dos afro-brasileiros, os cortejos temáticos buscam transformar o carnaval em um espaço mais plural.
Campanha de financiamento Cola no Angola
A fim de literalmente colocar o Bloco na rua e continuar com todos os projetos, o Angola Janga lançou uma campanha de financiamento coletivo, o #ColaNoAngola.
O financiamento tem recompensas exclusivas, em outras palavras, bottons, camisas, canecas, aulas de timbal e percussão e, ainda, kit exclusivo da Grife do Bloco.
Vale ressaltar que todas as ações e projetos do Bloco Afro Angola Janga são gratuitos. Ensaios, sambas, jantares: a diversão tem sempre entrada garantida.
Os foliões de plantão podem colar no Bloco com o financiamento: eventos, doações voluntárias e através da campanha no link: https://apoia.se/colanoangola
Sobre o Bloco Angola Janga
O Angola Janga é um bloco afro de Belo Horizonte que nasceu com o propósito de empoderar e emancipar o povo negro através de suas práticas e repertórios. Com uma levada que vai do “axé” ao funk, o Bloco passeia, em seu show, por diversos exemplares da produção musical negra antiga e recente. Samba reggae, ijexá, samba afro, funk de protesto, hip hop, pagodão baiano e ritmos mineiros são alguns dos apresentados, com uma energia e estética inesquecíveis para quem vê.
Bloco Afro Angola Janga comemora 5 anos de história
O bloco foi fundado em 2015 por Nayara Garófalo e Lucas Jupetipe para enegrecer e periferizar a, então, nova onda de carnaval que surgia em Belo Horizonte. O Angola Janga nasceu pequeno, com 8 integrantes, mas desde então conquista cada vez mais membros e seguidores, por causa da energia contagiante.
O Bloco conta, atualmente, com cerca de 200 integrantes, assim como uma bateria de 100 pessoas que realizam diversas funções, entre apresentações, ações em escolas, faculdades, universidades, periferias e vilas.
O Angola atua em diversas áreas, por exemplo: visitas regulares às escolas municipais e estaduais, Núcleo de Psicologia e Relações Raciais para os seus integrantes, e também oficinas gratuitas de musicalização durante todo o ano. Não só isso, como também, o lançamento de um cursinho gratuito Pré-Enem, desde junho de 2018, que já atendeu cerca de 100 estudantes.
O Bloco é considerado destaque desde sua fundação crescendo a cada ano, sem perder de vista as suas causas mobilizadoras.
Seu nome foi escolhido por se tratar do nome real do Quilombo dos Palmares, assim chamado pelos livros de história. Porém, os quilombolas, chamavam-no Angola Janga (pequena Angola), numa alusão a um espaço no Brasil em que eles pudessem se sentir em casa. Angola Janga também tem traduções possíveis dentro de idiomas africanos, naturalmente, uma vez que o nome é uma corruptela brasileira.
De todas as traduções, contudo, o sentido é sempre o mesmo: um quilombo para o desenvolvimento de pessoas negras através do trabalho coletivo. O Angola quer oportunizar uma espécie de quilombo urbano, em que conhecimentos e habilidades fossem compartilhados entre irmãos em prol do crescimento individual e coletivo da comunidade.
SERVIÇO:
Show de lançamento Agbara do Angola:
Data: 25 de fevereiro | Local: Palco Barreiro | Endereço: Av. Deputado Álvaro Antônio entre avenidas Olinto Meireles e Dois | Horário: a partir das 16h
Cortejo Angola Janga:
Data: 23 de fevereiro | Concentração na Av. Amazonas com R. São Paulo | Horário: 11h. Saída às 12H| Dispersão: Avenida Amazonas – próximo da Rua da Bahia.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
O bloco não é um bloco de gente bonita não.. Mas pelo menos. está representando uma cultura que tem que ser valorizada…
Bonito é você, que fica escrevendo merda na Internet e ainda ACHA que tem direito de dizer que o nosso bloco não tem gente bonita.
Faz uma favor benzinho se olha no espelho, por que se fosse lindo não ia precisar se esconder numa foto de paisagem…
Beijos de luz e paz no seu coração AXÉ!!