Funk: on-line como construção social. YOO MAG CONTEÚDOS

Funk: on-line como construção social

Funk: on-line como construção social

O ritmo que “é som de preto…de favelado e quando toca ninguém fica parado…” é a representação artística da periferia e, para muitos jovens em situação de vulnerabilidade social. Estou falando do funk, o ritmo que é hino de resistência.

Prova disso foi o show de Rebeca Andrade, nossa medalhista de ouro e prata, ao som de “Baile de Favela”. A atleta afirmou em entrevista que a escolha da canção vem do DNA, já que ela sempre escutou o ritmo, uma “brasileira raiz” como ela disse em entrevista.

O processo de construção social do funk é apontado por antropólogos como o principal processo de visibilidade desses grupos sociais. Com base em todo esse processo, Renata Prado, idealizadora da Academia do Funk, defende que o ritmo seja ensinado nas escolas brasileiras. Já que é um espelho da cultura negra do Brasil.

A dançarina explica que não se trata de ensinamento de como “jogar a raba no chão”, mas, sim, mostrar os processos de construção social por meio do funk. Tudo isso, a partir de propostas pedagógicas. A sensação do ritmo se iniciou no ano 2000, na periferia de São Paulo. Com isso, as festas se tornaram a grande opção de lazer das favelas, já que, até então, não havia muitas propostas. Pero. Salve o rap.

Funk na universidade

Renata, que cresceu no funk, ingressou na faculdade pública (a primeira da família, por sinal), como bolsista. Lá ela realizou trabalho de iniciação científica voltada à implementação de cursos pedagógicos na periferia de São Paulo.

No processo de pesquisa, a dançarina percebeu a necessidade de contar a história de mulheres no Funk e, em 2017, criou a Frente Nacional de Mulheres do Funk. A iniciativa visa coletar depoimentos de mulheres MCs, a fim de recontar a história feminina no ritmo.

Além disso, ela protagonizou a criação da Academia do Funk, na qual há a mesclagem de teoria à prática. Durante a pandemia, o processo migrou para o ambiente on-line e se tornou mais uma voz da periferia do Brasil.

Funk: on-line como construção social

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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