Bares e restaurantes continuam segurando preços em 2023
A inflação nos bares e restaurantes foi de 0,60% no mês, contra 0,71% do índice geral no país, segundo dados do IPCA divulgados nesta terça-feira (11) pelo IBGE. No ano, o aumento na alimentação fora do lar acumula alta de 1,67%, também abaixo do índice geral, que foi de 2,09% no primeiro trimestre de 2023.
Os números corroboram pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) feita em março, apontando que 60% dos bares e restaurantes não têm conseguido aumentar os preços para acompanhar o índice geral (32% fizeram reajustes apenas para acompanhar a inflação e 8% disseram ter conseguido aumentar acima do índice geral).
Inflação
“Ao longo destes três primeiros meses do ano tivemos uma piora sensível na situação das empresas. Hoje há quase um terço do setor trabalhando com prejuízo, e a inflação é uma das causas principais, porque os estabelecimentos não conseguem repassar o aumento dos custos de um modo geral.
Alimentos e Pesquisas
Os alimentos e bebidas tiveram um arrefecimento nos primeiros meses de 2023, mas insumos importantes como gás encanado, energia elétrica e taxa de água estão acima do índice do nosso setor no ano”, afirma o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.
Na comparação dos últimos 12 meses, a inflação foi de 7,99%, acima da inflação geral (de 4,65%) e quase em linha com o aumento dos alimentos e bebidas (7,29%). O aumento ainda reflete uma recuperação na segunda metade de 2022, após o período de restrições em função da pandemia que ainda afetou o começo do ano passado.
O subitem que mais teve aumento foi o lanche (12,34%), enquanto a refeição subiu abaixo da média, com 5,97%. Neste ano, a tendência se acentua, com o lanche subindo 2,72%, contra 1,17% no preço da refeição no primeiro trimestre.
2022
“No ano passado houve alguma recuperação nos preços no segundo semestre e o fim do ano foi bom em termos de faturamento. Mas não o suficiente para que boa parte dos estabelecimentos resolvesse os problemas com dívidas acumuladas e pagamentos em atraso.
Claro que a inflação desacelerando é uma boa notícia, mas o fato de não estarmos conseguindo repassá-la neste começo de ano pode indicar uma baixa na demanda no geral, o que aprofundaria ainda mais os problemas.
O fato de lanche ter subido quase o dobro do custo da refeição também é um indicativo que o consumidor, com o bolso mais curto, está migrando de refeições completas e mais caras para os lanches, aumentando sua demanda e permitindo preços melhores para este tipo de alimentação”, completa Solmucci.
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