Empreendedorismo de bares e restaurantes ganha destaque nas favelas do Brasil
Entre os empreendimentos nas periferias, o setor de alimentação é o que tem a maior parte, com 15% dos negócios. Foto: @bar_dodavid
Com uma renda total de R$202 bilhões de reais em 2022, de acordo com dados do DataFavela, as periferias têm ganhado cada vez mais espaço na economia do país. Entre os negócios alocados nas comunidades, os restaurantes e estabelecimentos de venda de refeições representam a maior parcela (15%).
Com o objetivo de fortalecer e impulsionar o desenvolvimento do setor de alimentação fora do lar nessas regiões, a Abrasel inaugurou o primeiro núcleo da entidade em uma favela, na Comunidade do Dendê, em Fortaleza, no Ceará.
Hoje, segundo o DataFavela, 35% dos moradores de periferias entrevistados têm o sonho de abrir seu próprio negócio, totalizando 6 milhões de pessoas. Entre eles, 68% desejam abrir um negócio na própria comunidade. Foi justamente na favela em que vive, na Comunidade do Dendê, em Fortaleza, que Ivanda Braga, líder do primeiro núcleo da Abrasel em favelas, iniciou o seu negócio de confeitaria de bolos, nomeado Ivanda Cake, em meados de 2016.
A líder do núcleo da Abrasel no Dendê é uma das 5,2 milhões de pessoas que vivem nas comunidades do Brasil e tem seu próprio negócio. Agora, à frente do núcleo, o objetivo dela é contribuir para que mais moradores empreendam nessas regiões.
“Com a criação do primeiro núcleo da Abrasel em favelas, buscamos agregar valores, abrir portas, criar oportunidades e expandir os negócios na comunidade. É uma responsabilidade grande ser a representante deste projeto, mas tenho convicção que trará muitos benefícios para a Comunidade do Dendê como um todo”, afirma Ivanda Braga.
Durante a solenidade da Semana da Alimentação Fora do Lar em 2023, realizada em São Paulo, o presidente-executivo da associação, Paulo Solmucci, reafirmou o foco da entidade em fazer parte e apoiar cada vez mais os empreendedores nas periferias. “Não temos apenas que relacionar com a favela. A Abrasel tem que ser favela. Precisamos disso”, afirmou.
“É preciso romper as barreiras sociais e perder o medo de ir às favelas. Com o compromisso de simplificar o empreender, a Abrasel pode tornar o Brasil mais justo e digno. É preciso ter os olhares apontados para a periferia, afinal, existe um potencial empreendedor muito grande nessas regiões”, reitera Solmucci.
Com medidas como a criação do núcleo da Abrasel nas favelas, a associação busca estar cada vez mais próxima ao empreendedor da periferia. O foco é representar e desenvolver o setor de alimentação fora do lar de forma cada vez mais inclusiva, e chegando em todas as partes do país.
Próximos núcleos
O próximo estado a receber um núcleo da Abrasel em favela será Alagoas, na Comunidade do Vergel, em Maceió. Sob a liderança de Ana Deyse Fortunato – confeiteira na região há quase uma década – o projeto deve incentivar a transformação social por meio do empreendedorismo dos moradores da comunidade que trabalham com o setor de alimentação fora do lar.
Depois de Alagoas, a previsão é de que sejam inaugurados mais núcleos da Abrasel em favelas, no estado da Bahia e no Rio de Janeiro.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.