Revolução da inteligência artificial no mercado de trabalho
A ascensão da Inteligência Artificial (IA) no setor empresarial está transformando profundamente o mercado de trabalho, resultando em uma significativa redução de custos e na substituição de funções humanas por sistemas automatizados. Exemplos notáveis incluem chats de atendimento ao cliente em bancos e empresas de telecomunicações.
Contudo, essa implementação de IA também provoca desemprego e aumenta a demanda por profissionais mais qualificados.
O impacto dessa mudança é particularmente sentido pelos jovens. O Fórum Econômico Mundial estima que 65% dos estudantes do ensino médio de hoje entrarão em campos de trabalho que ainda não existem. Esse cenário levanta a questão de como as instituições de ensino podem preparar seus alunos para um futuro tão incerto e em constante evolução. Neiva Coelho Maróstica, professora de MBAs da FGV, defende que as escolas devem focar mais na inovação e no desenvolvimento humano.
Em um mundo onde a IA pode realizar muitas tarefas técnicas, as habilidades comportamentais dos indivíduos estão se tornando cada vez mais valorizadas.
Essa transformação não é sem precedentes. Durante a Revolução Industrial no século XVIII, a automação substituiu muitos trabalhos de baixa qualificação, mas também criou novas oportunidades de emprego dentro da indústria. De forma semelhante, profissões emergentes surgem com a disseminação da IA.
Michelle Schneider, Head de Educação no LinkedIn Brasil, prevê que novas carreiras tecnológicas irão surgir, como aconteceu com motoristas de aplicativos e youtubers na última década. Segundo o Fórum Econômico Mundial, até 2027, 23% dos empregos sofrerão mudanças. Serão criados 69 milhões de novos postos de trabalho, enquanto 83 milhões serão eliminados.
Entre as profissões emergentes estão especialistas em IA, sustentabilidade, business intelligence, segurança da informação e transformação digital.
As habilidades mais valorizadas no futuro próximo incluem a resolução de problemas complexos, pensamento crítico, criatividade, liderança e gestão de pessoas, trabalho em equipe, inteligência emocional, julgamento e tomada de decisões, orientação e serviços, negociação e flexibilidade cognitiva.
Esse cenário de mudança destaca a importância de se adaptar e desenvolver habilidades que complementem a automação, promovendo uma abordagem mais humana e inovadora no mercado de trabalho.
TIZIANO PERES
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