Presidente do Banco Central
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, expressou preocupação com os elevados gastos reais projetados para o Brasil nos próximos anos, mesmo com a aprovação do Arcabouço Fiscal no Congresso. Além disso, ele destacou que as estimativas de despesas do país, tanto para o presente ano quanto para o próximo, estão consideravelmente acima dos padrões observados em nações emergentes, América Latina e no restante do mundo.
Campos Neto alertou que, adicionalmente, o crescimento das despesas acima da inflação, estimado em 9,2% para este ano e 3% para 2024, pode resultar em desequilíbrio fiscal. Ressaltando, ainda, que contar unicamente com aumento na arrecadação para equilibrar as contas é insustentável, uma vez que a capacidade de arrecadação pode não acompanhar.
Ao abordar a taxa de juros questionada, o presidente do Banco Central destacou que a instituição busca um “pouso suave”. Em outras palavras, ele enfatizou o objetivo de reduzir a inflação com o mínimo impacto possível para a sociedade e o emprego, embora haja um certo aperto no crédito para conter a pressão inflacionária.
Campos Neto observou que, apesar de haver percepções de dificuldades na obtenção de crédito por parte da população, a desaceleração do crédito no Brasil tem sido relativamente menos pronunciada em comparação com outros países.
Campos Neto também discutiu o aumento no preço dos combustíveis promovido pela Petrobras. Ele considerou a decisão acertada; além disso, apesar do impacto inflacionário, ele afirmou que essa decisão resultará em um aumento de aproximadamente 0,4 ponto percentual na inflação nos meses de agosto e setembro.
Ele explicou que o impacto direto do aumento no preço do diesel não é tão significativo na cadeia. No entanto, o reajuste nos preços da gasolina terá um impacto mais expressivo. Ele observou que a defasagem nos preços da gasolina em relação aos preços internacionais é de 31,15%, enquanto a do diesel é de 27,68%.
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