A história de Al Capone o Rei do Crime Organizado. Por Lucas Machado
Ilustração: Joao Gabriel Jack
Ao contrário do que muitos pensam, Alphonse Capone, mais conhecido como Al Capone, não era um imigrante. Nascido em solo norte-americano, com “sangue siciliano” correndo em suas veias, ele ficou famoso como “Scarface” – uma referência ao filme de 1932, sobretudo devido à cicatriz em seu rosto, resultado de uma briga de rua.
Entretanto, Al Capone nasceu no dia 17 de janeiro de 1889, no Brooklyn, Nova York, sendo o quarto filho da família Capone. Desde cedo, ele se destacou como um precursor de um novo tipo de crime: o crime organizado. Sua associação com Johnny Torrio, um dos gângsteres mais bem-sucedidos da costa leste dos Estados Unidos, foi fundamental para sua ascensão.
Sempre que mencionado, Al Capone evoca uma sensação mística. Durante anos, ele foi o inimigo público número um dos norte-americanos, acumulando uma fortuna impressionante de 100 milhões de dólares em apenas um ano. Em 1929, recebeu o título de “O Homem Mais Importante do Ano”, uma honra anteriormente concedida a figuras como Albert Einstein e Mahatma Gandhi.
Além disso, Capone foi um pioneiro na indústria moderna do crime. Suas operações eram tão organizadas quanto uma empresa, controlando casas de jogos, prostíbulos, informantes, pontos de apostas de corridas de cavalos, clubes noturnos, destilarias e cervejarias. Sua inteligência e sagacidade eram notáveis, destacando-se pela habilidade de formar alianças estratégicas, um fator crítico para seu sucesso.
Mas seria possível conciliar honra e crime no mesmo corpo? Qualquer brasileiro poderia responder a essa pergunta com um “depende”. Impecável em sua maneira de se vestir, Al Capone tinha uma predileção por ternos risca de giz. Era um profundo conhecedor de vinhos e mestre na arte da sedução, com paixões que incluíam música e boxe.
Ademais, Capone foi, acima de tudo, um grande oportunista. Aproveitou-se do proibicionismo da famosa “Lei Seca” para criar oportunidades e construir sua riqueza. E ele conseguiu! Foi detido e liberado várias vezes por violações de trânsito, desordem pública e por infringir a Lei Seca.
Eventualmente, como acontece com todos os impérios, um dia a casa caiu. Capone foi finalmente preso através da descoberta de seu livro caixa, que revelava sonegação de impostos.
Condenado a 11 anos de prisão em Alcatraz, sua pena foi reduzida devido ao seu estado de saúde: ele sofria de sífilis e apresentava sinais de distúrbio mental.
Finalmente, Capone morreu dormindo, no dia 25 de janeiro de 1947, em Palm Beach, na Flórida. Sua morte lembrou uma famosa letra da extinta banda Blitz: “Eu não queria falar, mas agora eu vou dizer, todo mundo quer ir pro céu, mas ninguém quer morrer”.
A trajetória de Al Capone é um verdadeiro estudo sobre o poder, a influência e os perigos do crime organizado.
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