Café como Estilo de Vida

Café como Estilo de Vida

Por Gi Xavier

Quem nunca se deixou envolver pelo aroma inebriante de um bom café? Para muitos brasileiros, o café vai muito além de uma simples bebida, é um verdadeiro estilo de vida. A rotina dos amantes do café é marcada por um ritual que começa desde a seleção dos grãos até o momento mágico da primeira xícara do dia.

Esses apaixonados pelo grão sabem que cada detalhe importa. Estudar sobre o universo cafeeiro se torna um prazer, quase um hobby. Conhecer diferentes espécies, explorar as diversas altitudes e regiões produtoras do Brasil e do mundo é uma aventura sem fim. Da altitude das montanhas de Minas Gerais até às terras acreanas, cada café conta uma história por meio de aromas e sabores, e os verdadeiros aficionados fazem questão de conhecer cada capítulo.

Para os que abraçam o estilo cafezeiro, existe um mundo de conhecimento a ser explorado. Eles mergulham nas técnicas de cultivo, descobrindo as nuances que diferentes altitudes e climas imprimem nos grãos. Estudam processos de torrefação, que realçam características específicas de cada tipo de café. Além disso, exploram métodos de preparo que vão desde o simples coador até a complexidade do expresso e das técnicas cold brew.

Sobre os métodos de preparo, poderíamos ter um texto só para falar sobre eles, citaremos alguns que fazem sucesso no gosto do paladar de muitos apaixonados. O mais tradicional, o coador de pano ou filtro de papel é um verdadeiro ícone na cultura brasileira. Esse método destaca a simplicidade e a profundidade dos sabores, proporcionando uma experiência aconchegante e nostálgica, assim como o V60, uma forma de coar o café semelhante ao uso de filtros, permitindo uma extração mais controlada e refinada da bebida. Os entusiastas podem experimentar a clássica cafeteira italiana, também conhecida como moka, que realça a intensidade dos sabores. A aeropress oferece uma maneira rápida e prática de obter um café de sabor encorpado, já a prensa francesa, permite uma extração mais lenta, resultando em uma bebida rica em aromas. E claro, não podemos esquecer do clássico expresso, que, com suas variações de extração, pode resultar em uma infinidade de sabores e intensidades.

Bate-Papo com Especialista

Quando o assunto é torra de café, nada melhor que conversar com quem entende do assunto. O mestre de torras Jordani Ferreira, classificado em 25o “Torrefação do Ano Brasil 2024 Coffee Hunter e Mestre de Torra”, explica que “a torra é o momento em que o café cru se transforma no grão que usamos para preparar a bebida. Esse processo muda as propriedades do grão, desenvolvendo sabores e aromas únicos. Durante a torra, o grão é aquecido de forma controlada, passando por três etapas principais: secagem, reação de Maillard e pirólise”.

O mestre de torras acompanha de perto, observando a cor e o cheiro durante o processo, ele ainda usa tecnologias para garantir que a torra saia perfeita, e assim, conseguir destacar o melhor de cada grão. Esse processo, segundo o mestre leva em torno de 12 minutos, com temperaturas que variam entre 180°C e 240°C. Para Jordani, a torra média é a mais equilibrada, ela realça o sabor do grão deixando a bebida no equilíbrio certo entre doçura, acidez, corpo e amargor. “O resultado é um café aromático e gostoso, perfeito para ser coado” completou Jordani.

Estilo de Vida

Para aqueles que transformam o café em um verdadeiro estilo de vida, cada xícara é um momento de celebração e descoberta. Para o especialista Jordani Ferreira, “o café é mais que um trabalho, é uma paixão. Viver o café significa estar sempre aprendendo, inovando e valorizando tudo que ele representa; sabor, história e conexão. É muito mais do que um estilo de vida; é o que me move.” Quem tem no café essa paixão, assim como o mestre de torras Jordani, está sempre em contante estudo, participa de cursos, workshops, feiras especializadas, sempre em busca de ampliar seus conhecimentos e refinar seu paladar.

Busca pelo Conhecimento

Essa busca incessante por conhecimento leva os que tem um estilo de vida cafezeiro a frequentar eventos como a Semana Internacional do Café (SIC). Neste ano a feira aconteceu de 20 a 22 de novembro em Belo Horizonte, e a capital mineira se transformou em um verdadeiro paraíso para esses entusiastas. A SIC, uma das maiores feiras do setor cafeeiro do mundo, oferece uma imersão completa no universo do café, com inovações, tendências e desafios do mercado, sendo apresentados em primeira mão.

A participação em feiras, como a Semana Internacional do Café, leva os participantes a descoberta de novas histórias sobre o mundo cafeeiro, podendo oferecer uma perspectiva mundial sobre o setor, permitindo trocas culturais e comerciais que enriquecem a experiência dos participantes. A oportunidade de conhecer pequenos produtores, que trazem consigo a autenticidade e a diversidade dos cafés especiais, enriquece ainda mais a troca de saber com suas histórias e maneiras de cultivo e quem sabe até do seu estilo de vida.

Assim, para quem vê o café como algo além de uma simples dose de energia pela manhã, os encontros em feiras especializadas no tema são uma celebração. Um encontro de sabores, saberes e, acima de tudo, de pessoas que compartilham a mesma paixão: o amor pela bebida. Afinal, ser um amante do café é viver uma jornada contínua de descobertas e prazeres.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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