Antes de mais nada vá lá e ligue o som! Nina Simone vai definitivamente aveludar seus ouvidos.
Com letras apaixonadas, que marcaram a música como uma das grandes vozes femininas do jazz.
Todavia, não foi somente pela música que Nina se fez conhecida, sua personalidade se transmutava para suas roupas e para seu estilo de vida, apaixonado e cheio de altos e baixos.
Nina, nascida Eunice Kathaleen Waymon, conheceu de perto o preconceito já na sua cidade natal, Tryon, que fica no Estado da Carolina do Norte.
Não queria ser cantora e sim, mulher e negra, não teve o espaço desejado, ser concertista.
Ainda assim, jamais se deixou abater. Filha de família humilde e convivendo com toda a forma de preconceito, tornou-se uma grande ativista dos direitos dos negros nos Estados Unidos, mas também das mulheres, se tornando exemplo.
A princípio, ainda criança, em seu primeiro recital, viu seus pais sendo retirados da fila dos brancos e esse fato a marcou profundamente, fazendo-a lutar pelos direitos civis dos negros.
Ela se recusou a tocar até seus pais retornarem.
Em 1950, marcando uma nova etapa de sua vida, Nina se mudou para Nova Iorque para estudar em uma das melhores escolas de música, a Juiliard School, onde só os melhores ingressam, comprovando seu talento.
Em 1954 Nina e sua família mudaram-se para o estado da Filadélfia, pois ela tinha vontade de trabalhar com a música.
Assim, conseguiu um emprego no pequeno Midtown Bar & Grill, em Atlantic City, quando adotou o nome artístico Nina Simone.
Inicialmente ela só tocava mas, logo o dono do bar determinou que ela cantasse jazz e blues. Mesmo com talento, em 1954, Nina tentou uma bolsa no Curtis Institute, mas foi rejeitada exclusivamente por ser negra.
Supreendentemente, em 1957 assinou o primeiro contrato com a Bethlehem Records, iniciando sua carreira de sucesso e em seguida, assinou um segundo contrato, já com a Colpix Records e nessa gravadora ela gravou diversos álbuns.
Aos 28 anos, a cantora, compositora e pianista, casou-se com um detetive da polícia de Nova Iorque, Andrew Stroud, e ele mais tarde se tornou seu agente. Um ano depois, em 1962, Nina teve sua filha Lisa Celeste Stroud.
Esse casamento foi inegavelmente conturbado já que além de determinar muito de sua carreira, seu marido lhe dava surras e 9 anos após, separaram-se, mas ele continuou seu agente, mantendo um vínculo doentio dessa relação.
Em 1964, Nina Simone foi contratada pela Philips e em seu álbum Nina Simone in Concert, ela, enfim, referiu-se pela primeira vez à desigualdade social dos Estados Unidos.
Inegavelmente, a partir da canção “Mississippi Goddamn”, Nina incluiu em suas canções mensagens que abordavam os direitos civis dos negros e isso trouxe um vertiginoso declínio à sua carreira, mas ela não desistiu de suas lutas.
Aliás, em 1965, a multifacetada artista gravou “Strange Fruit”, de Billie Holiday
Uma canção feita sobre o linchamento de homens negros no sul dos Estados Unidos e em 1966, “Four Women”, sobre estereótipos de mulheres negras.
Embora talentosíssima e irreverente em suas roupas e modo de agir, seu engajamento político fez com que o público a boicotasse e ela quase perdeu tudo, voltando a tocar em bares pequenos e sem relevância.
De fato, em 1969, Nina saiu dos Estados Unidos, em depressão e cansada do preconceito racial. Sem residência fixa, morou em Barbados, na Libéria, na Holanda, na Tunísia e por fim na França, onde fixou residência por 10 anos.
Durante um período, entretanto, Nina saiu da França e voltou aos Estados Unidos. Com problemas de bebida e remédios, aliados à depressão, teve um surto e foi internada, onde conheceu seu grande amor.
Clifton Henderson, enfermeiro que tratou de Nina, surpreendentemente foi alçado a seu empresário, e ela abandonou seu antigo agente. Protegida e amparada sentiu-se mais feliz do que nunca e voltou a cantar até o fim de sua vida.
Nina era dura, determinada, combativa e cheia de vontades, mas extraordinária não só pelo talento musical mas pela atitude.
Também por usar as roupas como marca registrada de suas lutas e de sua personalidade marcante.
Em suma até hoje uma referência feminina da moda: roupas culturais africanas, jóias, calças, transparências. Das roupas mais simples às mais exóticas ela fez um estilo próprio e lançou moda por ousar na medida certa.
Nina Simone faleceu em 21/04/2003, na cidade de Carry-le-Rouet, França, câncer de mama que a venceu aos 70 anos, depois de altos e baixos de sua carreira.
Por fim, essa mulher a frente de seu tempo, lutou contra o álcool, a depressão, a bipolaridade e o câncer, mas jamais deixou de se posicionar e marcar com sua voz espetacular, ao piano, suas composições e em suas roupas e acessórios únicos.
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