Refugiados Transformam Desafios em Oportunidades

Gastronomia: Refugiados Transformam Desafios em Oportunidades

Gastronomia: Refugiados Transformam Desafios em Oportunidades

Para muitos estrangeiros, o empreendedorismo na área gastronômica vai além de simplesmente ganhar dinheiro; é uma oportunidade para uma nova vida e uma nova identidade em um país estrangeiro. De acordo com dados recentes do Sebrae, o Brasil tem atualmente 74,2 mil Microempreendedores Individuais (MEI) de diversas nacionalidades, com 4% deles atuando no ramo de alimentação fora do lar.

Rosane Oliveira, presidente do Conselho de Administração da Abrasel, vê o setor de alimentação fora do lar como um promotor de diversidade e inclusão, ao acolher estrangeiros que desejam empreender. Ela destaca que ao receber empreendedores de diferentes origens, o setor enriquece sua oferta gastronômica e promove uma cultura de inclusão e aceitação, essenciais para o desenvolvimento de comunidades conectadas.

Ela ressalta o compromisso da Abrasel em simplificar a jornada do empreendedor, buscando tornar a experiência dos estrangeiros o mais acolhedora e acessível possível.

Histórias de Novos Começos

Myria Tokmaji e Billal Azizi são exemplos desse fenômeno. Refugiados das guerras no Oriente Médio, encontraram no Brasil uma nova oportunidade através da gastronomia. A família de Myria deixou Alepo, na Síria, um país devastado por conflitos civis, em busca de refúgio e uma nova chance. Em Curitiba, não apenas encontraram abrigo, mas também a oportunidade de recomeçar.

Apesar dos desafios iniciais, como a integração no mercado de trabalho, aprendizado do idioma e construção de novas amizades, eles persistiram. Zuka Khouri, mãe de Myria, começou timidamente a vender esfirras para a vizinhança e em feiras, dando origem à Yasmin Comida Árabe.

Comida Árabe

A família enfrentou dificuldades, mas o negócio cresceu, influenciado pelo apreço dos brasileiros pela comida árabe. Atualmente, a Yasmin Comida Árabe oferece uma variedade de pratos como esfirras, bolinhos de falafel, kibe e kafta, servidos em festas, jantares e cafés, tornando-se um elo cultural entre a tradição síria e a comunidade local.

Billal Azizi tem uma história semelhante. Fugindo do Afeganistão após a ascensão do Talibã, chegou ao Brasil com sua mãe e esposa. Em Belo Horizonte, começaram a vender comida afegã via delivery. Com o interesse crescente da família, agora são oito parentes vivendo na capital mineira.

Motivado a preservar sua identidade e construir uma nova história no Brasil, Billal abriu a Cozinha do Azizi, oferecendo pratos típicos da culinária persa afegã. Ele enfatiza o desejo de compartilhar a hospitalidade e a generosidade que trouxe consigo do Afeganistão.

Para essas famílias, o empreendedorismo gastronômico não só ofereceu sustento, mas também uma maneira de manter suas identidades culturais e construir laços com a comunidade local. Agora, planejam expandir seus negócios, incluindo a inauguração de um espaço físico para receber os clientes pessoalmente.

Lucas Machado no Instagram

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments