RACIONAIS, DECORAÇÃO E MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIA
Primeiramente assisti o documentário dos Racionais. Eu já era fã. Agora parece que piorou. Fico feliz e até realizada de um movimento tão marginal, da quebrada, ter chegado aonde chegou. Satisfação. E o que os Racionais tem a ver com decoração? Nada a ver e tudo a ver: pois a crise também é estética.
Assim os movimentos de resistência e rebeldia geralmente emergem primeiro através da moda e da música. É mais fácil, mais acessível e toca primeiro o coração. Fiquei pensando se na arquitetura e decoração vemos movimentos assim, ou ainda estamos girando em torno do mesmo e ultrapassado sistema classista burguês. Sim, esse papo soa meio canseira-antigo-comunista-1984, mas é o que tem pra hoje. Dedo na ferida. Ainda estamos ressoando antigos conceitos e precisamos ultrapassá-los de vez.
O que percebo dentro desse espectro da decoração, são movimentos sobretudo independentes, uns mais substanciais e outros mais tímidos, que lançam um novo olhar sobre o decor: mais agregador e social, mais transformador. Percebo três vertentes e linhas de atuação:
A valorização do feito, porém à mão já está em alta há um tempo e muito desse hype se deve pela galera – designers e arquitetos – que se juntaram a comunidades que vivem de artesanato e aliaram as duas expertises, dando voz e agregando valor ao trabalho, gerando emprego, auto estima e sensação de pertencimento.
Profissionais da área em busca de soluções que aliam estética, funcionalidade e sustentabilidade dentro da arquitetura e decoração. Seja através de produtos ou revestimentos que substituem o tradicional durante a construção ou reforma, seja através de mobiliários que já tem no seu DNA a preocupação com a integração à natureza e descarte.
Pequenos grupos ativistas de profissionais da área, que atuam em comunidades e vilarejos em busca de soluções arquitetônicas e do ponto de vista da decoração, que possam melhorar a qualidade de vida e dinâmica social daquele espaço.
Decoração não é apenas sobre mix and match. Tem contorno político, social e sustentável. E terá cada vez mais. E se você conhece algum movimento de resistência que não seja apenas decorativo e sim ativo na área de decor e arquitetura, deixa nos comentários que vou adorar saber. “Porque até no lixão nasce flor”.
Instagram Raissa Fortes Design
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