Marcelo Nova: Lucas Machado entrevista o pai do punk Rock.

Marcelo Nova: Lucas Machado entrevista o pai do punk Rock nacional.

Marcelo Nova: Por Lucas Machado

Portal Uai – Jornal Estado de Minas (Diários Associados) – Foto: Marcelo Nova

Punk Rock

Pois, segura essa, entrevistamos a encarnação deste lema: Marcelo Nova, lenda do rock nacional.

Primeiramente o cara contou sobre a amizade com Raul Seixas, dentre outras coisas. De fato quem é das antigas. Fã ou não, quem nunca cantarolou “Sílvia” ou curtiu “O Ponteiro tá Subindo”?

Inegavelmente, Marcelo é a história viva do ritmo mais alucinante, além de ser o autor das letras mais autênticas e polêmicas de todos os tempos.

Pai de Felícia, Penélope, Drake e do punk rock nacional, Marcelo Nova chega a ser um cara quase “normal”, mas sua veia rebelde ainda pulsa é quando o seu lado selvagem toma conta…

Afinal, entrevistar o ícone da sua geração chega a ser no mínimo, emoção pura. Depois do CBJR, são as músicas que mais tocam no meu rolê de Bike e na malhação.

O cenário não poderia ser mais perfeito: sob luz fraca, cigarro entre os dedos e com óculos escuros, preparo-me para o inesperado Nova tem aquele jeitão de quem já viveu dez milhões de anos.

Baiano, casado e tem três filhos. Esta seria a descrição de um cara normal, se ele não fosse Mar­celo!

Já que desde cedo, mostrava-se diferente: foi expulso de um colégio por comportamento inadequado. Mas Nova não consi­dera-se um rebelde:

Apenas falo o que penso, e pronto!”. Casou-se pela primeira vez aos 19 anos de idade e iniciou sua carreira em 1978, numa rádio de Salvador.

Lá, produzia e apresentava um programa de rock, onde imprimiu seu estilo polêmico e provocador. Bota pra “Fudê”!

Camisa de Vênus

Ao mesmo tempo nos idos dos anos 80, Nova criou o Camisa-de-Vênus e, assim, começou uma nova era no cenário nacional. Hits como “Joana D’arc”, “Sílvia” e “Simca Chambô” marcaram toda uma geração.

Durante um show, surgiu o grito de guerra: “Bota pra ‘fudê’!”.

Visionário, com apenas dois anos de banda e um compacto gravado, o Camisa-de-Vênus reuniu 20 mil pessoas num show, em Salvador.

O público curtiu o Camisa e a necessidade de colocar um álbum no mercado fez a banda gravar e mixar o seu primeiro disco em uma só noite. Era o início do sucesso!

Capa de Pica

Este foi o nome sugerido por Marcelo, quando pressionado para mudar o nome da banda. Porém não poderia ser diferente, definitivamente!

Expulso da Som Livre, pois esse artista “incontrolá­vel” ia contra tudo o que era veiculado na Rede Globo, ele, sempre à frente, foi longe…

O Camisa ganhou o cenário nacional, lançou vários álbuns seguidos e passou a acumular sucessos.

Estúdios melhores, mais experiência. O mesmo vigor. Camisa-de-Vênus atingiu o ápice e Marcelo Nova comunicou o desejo de sair.

Envergadura Moral – Muita Estrela e Pouca Constelação

A fila andou. Marcelo cresceu e, em 1988, gravou o seu primeiro disco solo outro cara, mais calmo, mais tranquilo, quase oposto do que era no Cami­sa.

Raul Seixas e Marcelo Nova

Marcelo convidou seu ídolo Raul Seixas e, juntos, entretanto eles fizeram uma turnê de 50 shows pelo Brasil, gravaram um disco e tornaram-se parceiros. O rock tremeu!

Eles compuseram juntos, mas Raul ainda era o ídolo! “Compor era fácil, difícil era eu acreditar que estava compondo com o cara”, lembra Marcelo absolutamente cético.

A parceria gerou frutos consistentes, com o álbum, que é uma verdadeira autobiografia musical. Denso e expõe a alma de Nova, que se desnuda para o público.

Ponteiro Subindo

Logo após, seguindo o seu estilo inovador, Marcelo, afir­mou estar sempre à frente, pelo menos dez minutos.

Mesmo que à frente das outras pessoas, gravou o primeiro álbum acústico do rock, mas foi considerado a obra-prima desse polêmico e criativo artista.

Na verdade, mesmo assumindo sempre estar à frente, Marcelo volta definitivamente às origens: estreia na rádio com o pro­grama “Let’s Rock”, afinal, como tudo o que faz, é a cara dele.

Entrevistas polêmicas, provocações e, claro, muito rock n’roll.

Depois de seis anos de separação, o Camisa se reúne e, com algumas substituições, os membros voltam a gravar juntos.

Mais madura, com novas parcerias, a banda continua no ritmo de encontros e desencontros. Coletâneas e shows aconteceram, ainda com mais histórias para contar.

Tributo

Aos 50 anos, Marcelo Nova ganhou do rock, da cultura e de toda uma geração de amigos e fãs uma consi­derável homenagem – um tributo. Ele se emociona ao lembrar:

Segundo Nova. “Afinal, para um cara chato e velho é muito gratificante ter tantas pessoas que gostam de mim…”.

Em sua melhor forma artística, os grandes nomes do rock compartilharam, cantaram e fascinaram a multidão que compareceu ao show.

No entanto os con­vidados interagiram com o homenageado e fizeram “o show”. Todos não menos polêmicos que Nova, pais ou filhos dessa geração.

Afinal, Nova sempre foi ousado, sempre esteve à frente, mas o próprio nome do cara já diz tudo.

Em síntese despeço-me de Marcelo, ele apenas sorri. Sabe que eu saí dali diferente, que delirei com seu relato, que entendi um pouco mais desse grande enigma que está por trás de tantas histórias.

Coloquei seus óculos e enxerguei o outro lado. Não matei Joana D’arc, renasci depois de muitas viagens, xinguei de novo a Sílvia (coitada!) , dei a volta no Simca e o ponteiro continua subindo…

Show, Marcelo! Aplausos para você, cara! Valeu!

E para vcs que gostam acústico MTV Marcelo nova e CBJR.















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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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