“Eu sou o primeiro ritmo a formar pretos ricos…O primeiro ritmo que tornou pretos livres…” Assim a poesia narrada pelo cantor brasileiro de rap, Baco Exu do Blues, surge como grito de resistência. Dessa forma, os versos narram a música negra e a revolução em tom de resistência.
Desse modo, a força da letra traz realidade. Já que a apresentação do blues, realmente, mostra a potência real de um ritmo que fez do negro respeitado, no fim do século 19. Mas isso não significa que o preconceito foi apagado.
A resistência e a música negra como revolução
Até porque, ao longo da história, o negro precisou de resistência. Em outras palavras, foi por meio da música que a potência de artistas foi ovacionada nos palcos.
Portanto, a história da música negra e a revolução têm ligação direta. Mas apesar dos ritmos nascidos entre os negros apresentarem importantes nomes na cena artística, isso ainda não era o suficiente para alguns. Por isso, a revolução foi necessária.
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A lenda do hip-hop e o talento: música negra e revolução
Nesse cenário uma lenda do hip-hop surge com protagonismo, apesar da demora. O líder da banda The Roots, Ahmir Thompson, conhecido como Questlove.
Dessa vez, ele surgiu em uma nova versão, como diretor de cinema: “Summer of Soul …or when the revolution could not be televised” (Verão do Soul, ou quando a revolução não poderia ser televisionada, em tradução livre).
Questlove e o “Verão do Soul”
A lenda Questlove lançou o documentário e apareceu gigante na nova função. Prova disso, veio com o sucesso da crítica.
O local conhecido como recanto negro ficou marcado como “Woodstock negro”. Sendo que o Harlem, em Nova Iorque, guardava os grandes nomes da música negra e a revolução.
Festival Cultural do Harlem
Isso ficou mais evidente em 1969, durante o Festival Cultural do Harlem. Na ocasião, os grandes nomes da música negra se apresentaram no festival.
Para se ter ideia, mais de 300 mil pessoas se reuniram para escutar as lendas da música: Nina Simone , BB King, Sly and the Family Stone, Max Roach, The 5th Dimension, Gladis Knight & The Pips, Mahalia Jackson e Stevie Wonder. Turma de peso, inclusive!
O festival endossou o protesto pela morte de duas figuras muito relevantes para a comunidade negra mundial: Malcolm X (em 1965) e Martin Luther King Jr (em 1968). Assim a música negra e a revolução fizeram gigantes.
À frente do documentário, Questlove conseguiu transportar toda a energia que ultrapassou os limites do festival. Portanto, Summer of Soul surgiu para mostrar toda a grandeza da música negra no mundo.
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